Como criar hábitos saudáveis

Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito. Muito se fala na capacidade em ter foco, na gestão de relacionamentos e na boa comunicação, mas como conseguir essas difíceis habilidades? O maior problema da perspectiva de quem busca mudanças de vida e de comportamento é não perceber a força que os hábitos exercem em nossas vidas.

Hábitos não são coisas nada conscientes, embora o processo de criá-los podem ser. Toda vez que você se pegou dizendo que fez tal coisa sem pensar, foi isso que aconteceu. Por curiosidade, a palavra hábito vem do Latim Habitus “condição, aparência, vestimenta, comportamento”, e é por isso que o nome da vestimenta das freiras chama-se hábito. Somente a partir do século XIV adquiriu o sentido de “prática costumeira”.

Para entender como os nossos hábitos se formam no nosso inconsciente de uma maneira consciente, basta se lembrar do momento que começou a praticar aquela atividade mais complexa que hoje você ama e faz, como dizemos, com os “pés nas costas”.

Se lembre de quando você começou a executar essa atividade. Lembra o quanto você precisava se concentrar? Concentrava tanto que qualquer coisinha que te tirava atenção fazia você se perder um pouco, não era mesmo? Quem dirige vai se lembrar bem que bastava o instrutor tirar um pouco do seu foco ou simplesmente nós mesmos nos distrairmos com outra coisa que… pronto! Carro morto! Mas talvez se você anda de bicicleta, pode ser que tenha aprendido tão cedo que nem se lembra da dificuldade que foi.

O ponto é que isso é assim com tudo na vida. A partir do momento que vamos criando prática vamos levando aquele aprendizado para o nível inconsciente e começamos a fazer sem pensar. Muitas vezes é tão bem aprendido que não é incomum ver alguém com tamanha irresponsabilidade de estar conversando no celular, dirigindo com o joelho no volante enquanto troca a estação do rádio com a outra mão, olhando para a pessoa do banco de passageiro fazendo sinal para ela pegar alguma coisa no porta-luvas. Crianças, não façam isso!

Olha a cara da Megan Fox te olhando a criar seus hábitos horríveis!

Muitas vezes não damos nem notícia do que fazemos. Nosso inconsciente é tão habilidoso que a sensação é que realmente não pensamos para fazer certas coisas de tanto que já a fizemos. Fazemos com maestria!

Já notou como que todo o dia ao tomar banho você abre a torneira com a mesma mão? – Braga, eu nunca tinha reparado nisso! – Pois é, repare! Tomamos banho em uma sequência sempre igual, escovamos os dentes da mesma maneira, dentre outras coisas. Salvo aquele dia que é um banho mais caprichado, pois algo te fez sair do padrão e levar sua ação para o consciente. Vai sair com o crush e você capricha, né?

Todos nós temos nossos padrões únicos.

Agora que isso já ficou claro pra gente, podemos fazer as seguintes reflexões: será que temos um padrão de como aprender as coisas? Será que esse padrão de aprendizado nos influencia sempre a tomar as mesmas decisões no que diz respeito a relacionamentos? Por falar em relacionamentos, será que temos um padrão de relacionamento com as nossas finanças ou alimentação?

Podemos fazer perguntas desse tipo pelo resto do ano, quiçá da vida. O interessante é perceber que certas pessoas fazem perguntas mais interessantes a si mesmo do que outras e com isso elas acabam tendo melhores resultados em seus relacionamentos em geral. Tais hábitos inconscientes juntamente com a falta de hábito reflexivo sobre si, geralmente nos levam a casos como o do Pernil da Srtª. Rosa – Sério! Se não conhece, vá lá dar uma sacada e depois volte. ?

Curioso, né? Mas quantas vezes não percebemos que nossa vida vai e vai indo, sem que nós tomemos as rédeas? Mesmo que existam padrões únicos em cada um, nós sempre os desenvolvemos a partir de algo. Quando não se cria o hábito de questionamentos saudáveis, não se descobre quem se é, onde se está, dentre outros pontos filosóficos importantes para se levar uma vida saudável.

Sem isso podemos seguir padrões que muitas vezes não fazemos a mínima ideia de onde vieram e que simplesmente se repetem por repetir, aprendendo cada vez mais padrões nada saudáveis mesmo com nossos pais, com nossos irmãos, amigos e por aí vai pela vida afora. Como disse Carl Jung sabiamente:

“Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chamá-lo de destino.”

O que fazer então?

Nós sabemos com um razoável grau de certeza o futuro que cada hábito vai nos levar. Talvez hábitos alimentares sejam mais claros. Mas gastar mais do que ganhamos também. Responder grosseiramente a familiares também tem suas consequências de longo prazo. Fofocas na empresa. Enfim, reflita! Nós sabemos quais são e somos responsáveis pelos os hábitos que temos e que andam trazendo prejuízos a nós e a quem está a nossa volta.

Então, vamos passar a caprichar no ato de viver de agora em diante? Para ser curto e objetivo em minha resposta sobre a pergunta que está contida nas entrelinhas do título desse artigo, o que posso dizer é: respire1! Nenhuma outra dica que eu possa te dar será melhor do que essa. Garanto! Aprenda a respirar calma e profundamente.

A respiração ativa e consciente é a melhor maneira de trazermos a consciência de quem nós somos, afinal, somos o nosso corpo e não dá para separar corpo e mente. Também não dá para separarmos o corpo do mundo. Quer mais dicas?


Referências Bibliográficas

1Referência ao livro “A Ciência de ser Feliz” de Susan Andrews.
– ANDREWS, S. A ciência de ser feliz. 3. ed. São Paulo: Editora Ágora, 2011.

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