Como viver sem trabalhar

A arte de dar um nó na vida que te dá um nó

Se você não tivesse que pagar as contas você trabalharia? Talvez possamos partir do pressuposto que 99% das pessoas responderiam que NÃO e que aquele 1% é vagabundo louco da cabeça.

O ser humano satisfeito dorme! Um dia escreverei sobre esse lance da soneca, mas há algo mais importante nas entrelinhas desse fato que eu quero abordar aqui: trabalhamos somente porque temos um porquê.

Aqueles papeis indesejados com códigos de barras não param de chegar por debaixo da porta ou, no caso dos moderninhos, por e-mails e aplicativos. Não há nada que possamos fazer para continuarmos com o mínimo de reputação ilibada senão pagarmos os danados!

Então, acordamos dispostos a correr atrás do capilé para acertarmos com nossas obrigações. Qual é o grande problema? Isso é muito chato! A etimologia da palavra trabalho é implacável. Devastadora. Paro por aqui para não utilizar nenhum palavrão.

Olhamos para o relógio de 5 em 5 minutos enquanto só passou 1. Esperamos mais 5 minutos, olhamos para o relógio novamente e foram só 45 segundos! Como é possível?! Chega o fim de semana, mas não chega o fim do expediente. O tempo se arrasta.

Quem aqui vive ou já viveu algo assim levante a mão! Se você sabe o que eu estou dizendo e ainda não superou isso, espero que até o fim desse texto apareça uma luz no fim do túnel.

A segunda camada

No final das contas o que nos move ainda é aquele tal porquê que vem junto com seus desdobramentos. Me refiro ao carro novo, celular, baladas, viagens ou seja lá qual for sua rotina e aspiração de consumo. Não notamos que ao atender esse motivo e nos movimentar queremos mesmo é atender um desejo de segunda camada.

Explico com exemplos. Muitas vezes o carro novo vai significar um novo status que possa alavancar uma carreira. Talvez o veículo significará liberdade para ir e vir com mais flexibilidade. Ou ainda, pode significar um reconhecimento pessoal por parte de outras pessoas e assim atrair mais amor para si em forma de sexo. Acontece muito com os machos.

O tempo passa e começamos a acreditar em modelos bonitos em fotos evidentemente montadas com único e exclusivo objetivo de vender algo em nossas timelines, enfeitando artigos que muitas vezes só querem nos seduzir para transferir parte do orçamento mensal para aquela boleta que chegará mês que vem. Receitas mirabolantes começam a fazer sentido e ignoramos essa segunda camada.

Independentemente do valor atribuído para esse porquê, é a segunda camada que nos move. É isso que nos faz levantar todos os dias. Compramos o carro ou o iPhone Ultra Mega Blaster X Plus para atender esses valores. Só que muitas vezes não notamos que podemos usar isso a nosso favor.

O motivo maior

Quando mergulhamos no autoconhecimento dessas camadas inferiores, organizamos melhores nossas decisões e os porquês de nos movimentar. Nossos sonhos e as pessoas que fazem parte dessa realização são os maiores motivos que estão por trás da fachada de desejos.

Para ilustrar o que eu quero dizer eu vou usar minha própria história, mas convido você pensar na sua história e nos seus sonhos para entender onde quero chegar.

Meu sonho de moleque é aprender a surfar. Mas pense! Eu morava em Belo Horizonte, uma cidade onde a única coisa de litorânea são os coqueiros plantados em alguns lugares. Surfar só se fosse em cima do busão.

Para isso eu precisava me mudar para alguma cidade banhada pelo mar e decidi que fosse Maceió. Propus a ideia para Juliana, minha companheira. Ela topou. Agora eu precisava juntar dinheiro para concretizar meu sonho. Precisava trabalhar para isso acontecer e projetar qual seria meu novo trabalho enquanto ainda estava empregado na CEMIG.

Além disso, teria que continuar alimentando o Felipe e a Maria Fernanda, os dois bichanos que adotamos para morar com a gente e orgulhar a minha família, criando as condições financeiras que me possibilitem visita-los sempre, afinal a passagem MCZ-BHZ não é das mais baratas.

Para realizar meu sonho eu teria que pagar servidores de hospedagem, investir em estudos e formações, produzir o conteúdo necessário para isso virar realidade, além de continuar me mantendo saudável.

Dentro desse contexto, te faço uma pergunta bem didática. O que você acha mais que é mais fácil: acordar todo dia para pagar as malditas boletas ou cuidar de quem eu amo, realizar um sonho e orgulhar minha família?

Acordar pra mim se trona fácil quando penso nas pessoas ao meu redor e quando visualizo a onda que ainda vou deslizar sobre e dar várias rasgadas maneiras!

Quando você conhece de perto seus porquês e, se possível, os coloca no papel, você não faz corpo mole. O tempo não se arrasta no trabalho e voa no fim de semana, como acontece com quem espera na saída da empresa aguardando ansiosamente a hora de bater o ponto e ir embora. Pelo contrário! Tudo vira uma coisa só. Trabalhar se torna diversão. Nada a ver com aquela etimologia da palavra.

Cada coachee que atendo não significa dinheiro para pagar contas, mas significa realizar um grande trabalho na vida de alguém para concretizar um sonho, para cuidar e orgulhar pessoas ao meu redor!

O trabalho dos sonhos

Te convido então a buscar o trabalho de seus sonhos, ainda que ele esteja no mesmo lugar que esteja empregado. Fazer essa reflexão e entender por qual motivo seu tempo tem se arrastado durante o expediente, pode mudar sua vida. Se isso vem acontecendo com você, provavelmente você não está no trabalho dos seus sonhos e se for assim, continuar por um tempo lá com finalidade de projetar e realizar o seu sonho, vai fazer você ir com muito mais ânimo pra lá. Quem sabe até se divertir pelo seu dia todo. Você vai se assustar quando perceber que já poderia ter ido pra casa.

Aposto um queijo e um beijo!

Quer saber mais sobre desenvolvimento pessoal e profissional? Faz o seguinte…

… vem comigo que no caminho eu te explico!

 

 

 

 

PS.: Antes que me entendam mal, quero grifar aqui que não significa que não haverá sacrifícios, que não há momentos que temos que nos esforçar e muito! Chamo essa atenção principalmente se você for da Geração Z e chegou até aqui buscando a fórmula para validar um comportamento anti-laboral. Essa geração vem sendo considerada mimada, irresponsável, autocentrada e “incontratável pelo mercado e é bom ficar atenta! O que acontece é que quando você se esforça por algo que você gosta, parece que você não se cansa. É como o esforço de implorar likes no instagram por toda a madrugada. Talvez seja a hora de trocar esses hábitos.

2 Comments
  1. Reply Camila Oliveira Lenoir 15/05/2017 at 11:43

    Me esclareça sobre a mudança de hábitos que citou no final?

    • Reply Rogério Braga 15/05/2017 at 12:52

      Oi Camila. Me referi aos hábitos da Geração Z quanto a resposta rápida que seu sistema dopaminérgico tem exigido deles. Para essa geração, o longo prazo parece não fazer parte do vocabulário. A construção de um projeto é trocada pela quantidade de likes de uma foto.

      Para construir algo na vida é interessante construir relacionamentos e entender realidades diversas (inclusive no trabalho), mas o “selfie” tem sido a palavra-chave dessa geração. Nunca vi ninguém fazer sucesso sozinho. Você já viu?

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