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Fabrique seu próprio estimulante

O projeto corre a mil! As coisas vão bem e tudo está fluindo. As conversas com as pessoas certas te motivam de uma maneira espetacular. Uma ideia que você queria que desse certo mais do que ninguém. Porém, por alguma razão inexplicável o tempo foi passando, passando e nada dos resultados…

Mas calma! Foi só um desabafo. O relógio continua a girar. Vamos lá! Ainda há tempo. Você continua com muita energia, coisa que você tem de sobra. Aquele motivo é seu! Nada pode te tirar. Dias, semanas… Quando começa a entrar na escala dos meses, nossa! Três meses e nada! Você vai murchando… Murchando…

Estimulantes leves muitas vezes já fazem parte da rotina. Vai um cafezinho? Às vezes o álcool se torna o produto da vez para aliviar a dor e relaxar. Talvez um inocente sorvete com calda de chocolate! – Quem nunca? O açúcar provoca alterações significativas no nosso corpo. Só que agora muito e todo dia. Tive uma amiga que me contou que após uma frustração, o que “colocava ela no eixo emocional”, pelo menos por um curtíssimo prazo sem se dar conta do estrago que estava fazendo, era tomar uma lata de leite condensado inteira no momento do stress. Só assim, ela dizia, era possível continuar. Nem preciso contar o que aconteceu, certo?

Ainda há aqueles que só são estimulados por vídeo games ou similares com suas recompensas de curtíssimo prazo. Às vezes somente drogas mais pesadas é que dão conta. Anabolizantes, aquela bombada no desempenho sexual com a pílula azul ou uma Ritalina (metilfenidato) para aumentar o desempenho nos estudos. Estimulantes de várias procedências com ou sem prescrição médica.

Quem tem limite é município!

O desempenho cerebral é a capacidade que temos de atenção, memória, linguagem, raciocínio lógico e compreensão das coisas a nossa volta. É comum que, por motivos de doença ou envelhecimento, essas faculdades mentais tenham uma diminuição significativa. Isso pode acontecer também precocemente quando as pessoas têm hábitos não muito saudáveis.

Pensamentos negativos repetitivos e quadros de ansiedade trazem consigo um efeito cascata devastador para a capacidade cerebral, além de nos deixar cada vez mais deprimidos e prostrados, podendo nos levar a quadro clínicos gravíssimos. Não há evidências de um único fator que possa desencadear quadros como esse, a questão é difícil, mas o fato é que nosso corpo tem um complexo equilíbrio metabólico, chamado na medicina de homeostase.

Quando nosso corpo começa a se desequilibrar nesse sentido, ele envia comandos a nosso cérebro avisando que precisamos de algumas substâncias para reequilibrar. A depender de nossa pré-disposição, podemos cair no erro tentador de apelar para uso de substâncias externas de maneira inadequada e/ou comportamentos que funcionam como estimulantes.

O problema todo é que isso pode ter um efeito violento e, dependendo da “muleta” que usamos para nos apoiar, aquele ditado “quem tem limite é município” é certo! Nosso corpo cria resistência a várias substâncias, fazendo com que precisemos de doses cada vez mais altas.

Sem entrar em termos técnicos biológicos e fisiológicos, podemos dizer que somos seres limitados. Podemos até errar no julgamento sobre onde está nosso limite, mas qualquer um que tente te fazer acreditar que o céu é o limite é um charlatão. Ainda assim, muitas vezes somos nós mesmos quem nos limitamos. Muitas vezes desistimos antes da hora por acreditar que não dá mais.

Vamos fazer um passeio lúdico – você se lembra de quando estava em um tipo de jogo ou em uma brincadeira, daqueles que exige muita concentração, pois quando você erra, o jogo te obriga a começar tudo de novo? É comum entrar em um loop, onde quanto mais você erra, mais você erra. Embora precisemos nos concentrar, é preciso um certo estado de relaxamento. Repare que, grosso modo, é o mesmo mecanismo da impotência sexual em homens ou a síndrome do pânico, que é duas vezes mais frequente em mulheres, por exemplo.

Agora coloque escala nisso! Faça a projeção aumentando o mecanismo desse pequeno momento, mas percebendo isso influenciando em uma vida inteira. Perceba o desgaste que isso pode provocar acontecendo por décadas, sem que a pessoa procure uma ajuda. Da mesma maneira que os sentimentos nos afetam em curto prazo, como nessa brincadeira, nos afetam durante toda a vida, caso não tenhamos consciência disso.

Em casos de quadros graves, é muito importante que a pessoa busque ajuda profissional. Mas há aqueles ciclos que não nos incomodam tanto, que não evoluem para quadros clínicos, mas que ainda assim podem influenciar significativamente em nossas vidas.

Fracassos profissionais podem ser um grande exemplo disso. Esses momentos podem nos levar a mais fracassos, se não lançarmos uma perspectiva positiva sobre eles. Em minha experiência, posso afirmar que pessoas que tentem a buscar em seus fracassos um culpado externo, tendem a perder cada vez mais a confiança. Com a autoestima cada vez mais comprometida, ao entrarmos em uma nova empreitada, entramos com questões não exploradas e não resolvidas.

Fracassos ensinam!

O que muitas vezes pode passar desapercebido nisso tudo é que não são os fracassos que nos levam a novos fracassos, e sim a postura pós-traumática que podemos vir a tomar. Se observarmos bem, fracassos são ótimos de certa forma! Ensinam de maneira excepcional o que ninguém pode nos ensinar. Faz amadurecer, caso tenhamos coragemou não tivermos outra saída senão encará-lo de frente.

Não dá para aprender a nadar lendo um livro de natação. Podemos até apreender dicas valiosas, mas o mais qualificado professor não pode te ensinar mais e melhor do que você mesmo se ensina em sua própria experiência. Isso tem consequências em nossas emoções e funções cerebrais. Podemos encarar com naturalidade ou podemos ter muito medo diante um novo aprendizado, por exemplo. O ponto é que, para aprender a nadar, temos que arriscar a nadar. Não existe fórmula mágica.

Todas as emoções e estruturas responsáveis pela nossa cognição, são regulados por substâncias que influenciam diretamente nosso cérebro. Para tomarmos boas decisões, é melhor estar em harmonia homeostática. Não é de se ficar surpreso que, quando você toma um tempo daquele tipo de brincadeira que mencionei anteriormente para tomar um ar, eventualmente você realizava a tarefa logo quando encarava o problema novamente.

Os estimulantes que usamos ao longo da vida, de certa maneira, é uma busca para encontrar esse estado. O grande problema é que muitos deles têm consideráveis efeitos colaterais. Podemos nos perdoar ao entender que há uma intenção positiva por trás, mas na maioria das vezes essas fugas por meio de substâncias funcionam somente como autossabotagem1.

Mas e se fosse possível substituir esses estimulantes artificiais por substâncias que nós mesmos fabricamos? Você substituiria os estimulantes que você usa atualmente?

Então se anime, pois essa não é uma questão de “se”, mas uma questão de “como”. É totalmente possível diminuir a dependência de estimulantes por vias naturais. Estudos mostram que o simples fato de melhorarmos nossa alimentação2 3, a prática de exercícios físicos4 e meditação5 já são suficientes para apresentar melhoras significativas em relação a respostas emocionais e diminuição de abuso de drogas.

Nosso cérebro costuma a nos pregar muitas peças e muitas vezes subestimamos o poder dos efeitos de um cérebro bem cuidado. Bom humor6 e o simples fato de sorrir já ajuda na liberação endorfinas e beta endorfinas que têm poder analgésico. Uma vida organizada financeiramente e profissionalmente tem um efeito positivo monstruoso em nossa vida e é completamente estimulante. Eu ajudo diversas pessoas em seus estudos e vidas profissionais.

A experiência mostrada no vídeo abaixo mostra como nossos sentidos têm relação direta com o que acontece no nosso cérebro.

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Referências Bibliográficas

1 O modalizador de segurança “na maioria das vezes” foi usado porque em alguns casos, é claro, há sim condições fisiológicas em que se tornam necessárias a utilização medicamentosa para manutenção estável da condição cerebral do indivíduo. Procure sempre ajuda de um profissional, se for o caso.

2 LIEBERMAN, H. R. Nutrition, brain function and cognitive performance. Appetite, 1 June 2003. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0195666303000102>.

3 MANCINI, C. B. D. Z. E. L. B. Green tea effects on cognition, mood and human brain function: A systematic review. Phytomedicine, 15 October 2017. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0944711317300867>.

4 KIRK I. ERICKSON, C. H. H. A. F. K. Physical activity, brain, and cognition. Current Opinion in Behavioral Sciences, August 2015. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352154615000157>.

5 YI-YUAN TANG, R. T. I. P. Mindfulness meditation improves emotion regulation and reduces drug abuse. Drug and Alcohol Dependence, 1 June 2016. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0376871616001174>.

6 RUHÉ, H. . M. N. &. S. A. Mood is indirectly related to serotonin, norepinephrine and dopamine levels in humans: a meta-analysis of monoamine depletion studies. Mol Psychiatry , v. 12, 331–359 (2007). Disponível em: <https://www.nature.com/articles/4001949>.


Leitura complementar:
– Humanização: Saúde e o papel fundamental dos Doutores da Alegria–O Amor que Cura!

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